quinta-feira, 11 de outubro de 2012

GTSA 2012 – grande trail serra d’arga


O fim-de-semana chegou mais cedo, ao mesmo tempo do Nuno, da Paula, do Francisco e do António. O destino era Caminha, mas o caminho levou-nos ao Porto e a caminha teve que esperar. A gastronomia também esteve presente onde se incluiu o bom vinho ou não se estivesse na presença do clã corga da chã. A quinta-feira prolongou-se e a sexta-feira chegou tarde. Depois do almoço e de uns mergulhos na piscina, o Nuno, excelente anfitrião, mostrou-me as redondezas onde passámos pela praia de Afife e demos um salto a Viana do Castelo visitar o Miguel e conhecer o LIZ. Depois de uma retemperadora guiness regressámos a casa onde a Maria, o Rui e a Sra. Cecília nos esperavam.




No sábado de manhã acontecia o trail jovem onde iriam participar o Francisco e o António. A manhã não podia ter corrido melhor, o António ficou em primeiro no seu escalão e o Francisco em segundo nos mais velhos. O circuito era fechado e foi uma delícia para nós podermos acompanhá-los de perto durante a corrida. A sua prestação deixou-nos a todos orgulhosos (principalmente aos pais). Foi bonito ver o entusiasmo do António, já o Francisco do alto dos seus 14 anos encarou a coisa de forma muito mais tranquila. Seguiu-se a entrega de prémios com o Carlos Sá a chamar os miúdos ao pódio que puderam receber os troféus das mãos de nomes como o Marco Olmo, Armando Teixeira e Susana Simões. A falta de vedetismo e a simplicidade que os caracteriza é o que mais admiro. Sempre prontos a tirar uma fotografia ou a dar dois dedos de conversa com “os comuns mortais”. É impossível não os admirar.
A manhã terminou com uma volta pelo centro de Caminha a saborear uma nata (especialidade local) e um café.
Na parte da tarde, depois do encontro com o Pedro, o Filipe, o Nuno Gravito o João e a Natércia, iniciaram-se as jornadas técnicas onde pudemos assistir a palestras bem interessantes por parte do Carlos Sá, de Marco Olmo, do ultraman Antônio Teixeira e do doutor Pedro Amorim.
Ainda houve tempo para uma fotografia de família com a Analice que além de um exemplo a seguir, se revelou um doce de senhora.


Depois do jantar ainda recebi um telefonema do Alex, que sem saber bem como, tinha acabado por ir parar ao hotel oficial da prova. Foi o fim-de-semana de todos os encontros. No dia anterior tínhamos passado pelo Sargento Domingos que se deslocava de bike do Porto até Finisterra.
Depois de tudo preparado para o dia seguinte fomos dormir. Eu partilhei o quarto com os campeões, como motivação para o dia seguinte. Já o Nuno (o Mourinho do trail), tinha alguma dificuldade em caber no mesmo quarto com o seu ego e enorme orgulho que sentia pelos seus queridos pupilos, e bem merece esse mérito, acrescento eu, porque além de bom treinador é excelente pai.
O dia seguinte começou ainda de noite. Após o pequeno-almoço fomos buscar o Filipe ao hotel. À porta estava o Alex que tinha madrugado, especialmente para nos dar um abraço e desejar boa sorte, é o maior. A chegada a Dem foi rápida, ou assim me pareceu. Lá encontrámo-nos com o Pedro e o Gravito que nos esperavam. Os preparativos foram rápidos para o Nuno o Pedro e o Filipe que sairiam à oitava badalada do sino da igreja para os 42 quilómetros. Eu e o Gravito íamos aos 21 cuja partida seria duas horas depois e aproveitámos para ver sair os dos 42 quilómetros.



Ao oitavo toque, 42 quilómetros e com um acumulado de 5000 metros no total separava todos os participantes do regresso a Dem. Eu e o Gravito voltámos ao carro fazer os últimos preparativos para a nossa corrida e pudemos ver o que nos esperava. A imponente serra d’Arga olhava-nos de cima. Podíamos ver uma mistura de cores que se deslocavam serra acima. Iriamos passar também por ali, uma vez que o percurso dos 21 era comum ao dos 42 quilómetros. Entretanto ainda cravei uns alfinetes à Ana Azevedo que me deram um jeitão. Obrigado Ana.
A nossa partida foi às 10. A primeira subida foi brutal. Talvez por estarmos ainda frios, foi o que mais me custou na corrida. A primeira parte com pendentes acima dos 20% e a segunda acima dos 30%. Como estavam todos frescos, ninguém queria ficar para trás. Apesar disso a segunda parte da subida foi feita quase sempre a caminhar. Lá em cima o primeiro reforço líquido. Bebi 2 copos de água e segui. Na descida ao contrário do que é habitual, senti-me muito bem e passei bastante gente. Gostei de saltar de pedra em pedra naquela calçada. Foi quase sempre a descer até ao abastecimento seguinte também ele de líquidos. Bebi mais qualquer coisa e segui caminho abaixo. Pouco depois encontrei a Paula e o Francisco que seguiam no mini trail com a Maria e o Rui. Ainda me acompanharam um bocadinho na descida para dar força. Pouco depois voltava-se a subir. Uma subida um pouco complicada acompanhada de bastante água o que a tornava um pouco escorregadia. 




O mosteiro de S. João d’Arga aguardava-nos com mais um reforço sólido e líquido. Mais um sobe e desce que terminava num estradão, onde aproveitei para trocar umas palavras com a Glória Serrazina enquanto terminávamos a dita. Mais uma descida a saltar de pedra em pedra. Mais uma vez gostei bastante. Ainda passei por um bttista que apesar da roda 29 tinha que seguir com ela à mão tal a dificuldade técnica do terreno. Mais à frente, outro reforço. Este também com comida. A seguir passámos por uma aldeia que nos levou até ao rio. Entrámos na parte mais bonita mas também mais técnica. A parte das cascatas era tão deslumbrante como escorregadia. A subida até à aldeia de S. Lourenço da Montaria foi quase uma escalada por meio de rochas e lama, mas confesso que gostei bastante, talvez por ser completamente diferente do que estou habituado. Ainda fui ao chão mas felizmente não me magoei, contudo devo ter atingido aqui a velocidade máxima da corrida. Depois de uma passagem em alcatrão, seguia-se ao longo de bonitas levadas de água tão límpida quanto fresca. 




Os últimos 2 quilómetros foram feitos em alcatrão até à meta onde o João e a Natércia me esperavam tendo já acabado a sua prova. Pouco depois chegou o Nuno Gravito e por ali nos mantivemos algum tempo a ver chegar os restantes atletas. Regressámos a Dem a tempo de ver chegar o Pedro que fez uma prova excelente, o Filipe que também esteve em grande e o Nuno que às voltas com dores de estômago fez uma corrida sofrida mas sem desistir. Os verdadeiros campeões são assim. Pelo menos teve direito a uma das chegadas mais ruidosas do dia.
Após uma cerveja preta sentiu-se muito melhor e ganhou força para o banho. Antes disso ainda tinha encontrado a Paula e o Leonel que também por lá passaram e aproveitámos para por a conversa em dia.
O regresso a casa foi tarde, de forma a aproveitar ao máximo o excelente fim-de-semana.
Um grande, grande obrigado ao Nuno e à sua família pela forma como me receberam fazendo-me sentir como se fizesse parte dela.
Para finalizar, a minha opinião sobre o grande trail serra d’arga 2012. É muito fácil fazer uma crítica a esta corrida. A organização esteve perfeita. As jornadas técnicas correram muito bem. As marcações da corrida, excelentes. Quanto aos reforços, o que dizer; nem sequer era preciso levar nada connosco. Havia quase um reforço a cada 5 quilómetros. O Carlos Sá sabe bem o que faz e isso notou-se bem. Um abraço de parabéns por uma organização irrepreensível. 
Em 2013 lá estarei novamente.


* as fotos são do Nuno, do Alex e as outras "roubadas" da net, uma vez que a minha máquina foi de férias para Abrantes.