quarta-feira, 14 de setembro de 2011

AX TRAIL SERIES – Benfeita


E pronto, já está. Estou agarrado a isto, não há volta a dar. Mas voltando ao início…
Nunca gostei de correr. Também era consideravelmente mais pesado e com a gravidade sempre contra mim, correr era um suplício.

Há uns meses, numa descida de Bulnes, a par com o Sanches, e para recuperarmos o atraso para os nossos companheiros, iniciamos a descida a correr. O objectivo seria apanhá-los, mas como nos estávamos a divertir à grande, resolvemos continuar até lá abaixo, apesar da descida ser bastante técnica. Gostei tanto, que resolvi fazê-lo mais amiúde. Foi aqui o início de tudo. A par do btt corria algumas vezes, mais para fazer alguma coisa (naquelas tardes/noites de inverno em que não apetece pedalar) do que por gosto.

Durante este verão comecei a fazer algumas corridas de trail. Cada vez gostava mais. É mais duro que a corrida de estrada, mas muito mais aliciante e divertido. Também reaprendi a correr, ou seja, agora corro melhor, de forma mais correcta (todas as vezes tento melhorar) e talvez também por isso me divirta mais. Experimentei as Vibram Five Fingers que me ajudaram bastante nesse ponto. É curioso a forma como nos obrigam a correr, em “bicos de pés” quase sem apoiar o calcanhar; como deve ser. Também é interessante o facto de deixarem os gémeos bastante doridos, mesmo quando se está habituado a correr. O maior inconveniente são mesmo as descidas onde se apoia o pé com mais força, mas nas subidas e a direito gosto bastante da sensação de não amortecimento.
Desta feita decidi então experimentar uma corrida “a sério” (mas com uma distância a brincar) para ver como era e quais as sensações. Comecei pelo Ax Trail Series onde fui apanhar a 3ª série. A jornada dupla Benfeita/ Fajão, com 11 e 35 quilómetros respectivamente. Decidi que para primeira vez bastariam os 11 quilómetros do primeiro dia com os seus 535 m de acumulado.
Por ser uma distância curta, o início foi às 15 h. Como estava mais cá para trás, após os primeiros metros de corrida e de confusão inicial entrámos num carreiro onde não dava para ultrapassar, quer dizer, dar dava mas só empurrando os outros literalmente para as couves e não me pareceu boa ideia na altura. À distância de hoje já não me parecia tão mal…
Assim foi ao longo de algumas passadas sendo que a isso se associaram as subidas e a corrida passou a pedestre. Acho piada ao pessoal que na partida se atira lá para a frente a todo o gás mas depois na primeira subida “desmonta” e depois só empatam. Já nas bikes acontece o mesmo.
Passada essa parte, a corrida correu com normalidade (sim, porque até aí tinha andado) e deu para apreciar devidamente toda a beleza do percurso. A organização esmerou-se no que nos apresentou, aproveitando muito e bem da beleza natural, mas notou-se em muitos sítios bastante trabalho de limpeza e abertura de trilhos.
A meio do percurso havia um abastecimento líquido só de água, mas dada a distância também não era preciso mais. Realço a beleza das Fragas da Pena, um local lindíssimo mas bastante técnico a exigir alguma atenção onde se punha os pés.
Mais para o final, ainda passamos pelo pessoal do pedestre que vinha em sentido contrário.
Pouco depois chegava o final. Admito que a saber ligeiramente a pouco, mas acho que foi a opção certa.
Gostei imenso do espírito da coisa, dos participantes e da organização. Pessoal muito simpático e sempre prestável para o que fosse preciso. As marcações também estavam irrepreensíveis. Apesar de ser a primeira vez que participo numa corrida de trail, deu para ver que tudo correu bem. Uma boa organização é uma boa organização seja em btt ou trail run. Os meus parabéns à Go Outdoor (e com isto, a oferta da inscrição para o K42 é quase uma certeza).

Para a próxima será o K42. Isso está decidido. Só falta decidir a distância, 21 ou 42 quilómetros. A ver se não me junto a más companhias que me querem levar para os 42 e desgraçar-me a vida. É o mais certo.