sexta-feira, 22 de outubro de 2010

La revancha

O dia foi amanhecendo frio. Um nevoeiro cerrado adejava no ar deixando o sol lobrigar a espaços.
Cheguei à hora marcada a tempo de ainda tomar um café com o Nuno. Já não andávamos os dois desde Junho. Na altura ainda pertencíamos os dois à classe dos homens comuns e despretensiosos que gostam de andar de bike. Agora o Nuno continuava despretensioso mas pertencia à restrita classe dos finishers do Geo-Raid. Deste modo a minha expectativa era grande, uma vez que iria andar com alguém numa classe acima da minha… (é com os melhores que se aprende; estou obviamente a brincar, porque o Nuno não é nada destas merdas).
Depois dos últimos preparativos, lá seguimos à procura das subidas que faziam parte do percurso escolhido para o efeito o qual é carinhosamente apelidado pelo Machado de quebra pernas.
O início foi feito a bom ritmo apesar da muita areia onde não raras vezes a progressão é bastante difícil, quer a direito quer nas subidas devido ao piso solto. A par da areia, o eucalipto também abundava fazendo lembrar ao Nuno as imediações da Corga da Chã. Mais à frente, um divertido carreiro levou-nos qual montanha russa num sobe e desce constante onde atravessámos algumas hortas e um límpido riacho. Estávamos em Sentieiras do Souto.



Mais à frente o track mandava-nos para a esquerda, mas o Nuno achou que devíamos seguir para a direita para contemplar o Zêzere em todo o seu esplendor do alto do miradouro das fontes.
É claro que a subida era inclinadinha e comprida, daquelas de por a língua a tocar na pedaleira (pelo menos a minha, porque o Nuno fazendo jus ao nome da bike parecia um raio por ali acima). Uma pequena “revancha” por todas as vezes em que era eu a jogar em casa.Lá em cima comemos qualquer coisa e preparámo-nos para descer. Ainda trocámos algumas palavras com um simpático puto que por ali andava às voltas de bike. A descida foi rápida levando-nos de volta ao track e à Ribeira da Brunheta. Mais uma subida até Cabeça Gorda, sendo que lá no alto uns maravilhosos figos esperavam por nós. Não nos fizemos rogados e atacámo-los como pudemos; isto com a devida autorização do dono, bem, mais ou menos, alguém nos autorizou mas não tenho bem a certeza que fosse mesmo o dono.


Seguimos até à praia fluvial de Aldeia do Mato, um local muito bonito que se espalha pelas encostas do Zêzere sendo possuidor de bandeira azul.
Continuámos para a frente, ou melhor, para cima. Chegados lá acima devíamos ter seguido para a esquerda; ao invés fomos para a direita. Asneira. Quando demos conta estávamos completamente fora do track. Havendo algumas opções potencialmente interessantes (mais do que voltar atrás) resolvemos seguir uma delas que talvez fosse de encontro ao caminho certo. Claro que isso não aconteceu. Dead end.
Voltámos atrás e escolhemos a segunda opção. Após uns quilómetros de descida, mais um caminho que acabava abruptamente. Ainda seguimos alguns metros por aquilo que parecia ser o leito (agora seco) de um pequeno ribeiro, mas até aí a densidade da vegetação impediu-nos de continuar.
Contrariados mas resignados, acabámos por escolher a última opção que foi voltar atrás de encontro ao track perdido sendo que foi sempre a “descer” até lá acima.
Fizemos um pouco de alcatrão, onde nos fomos revezando no puxar até entrarmos novamente em terra. A conversa seguia animada (como é normal) com o relato do Nuno de algumas das suas estórias do Geo-Raid.
Foi dessa forma que regressámos a Abrantes a tempo do almoço, que a fome já se fazia sentir.


Nota: uma vez que agora tenho ao dispor uma janela de estatísticas que me permite ver quais os países que mais visitam este espaço, achei por bem colocar uma versão em Inglês, sendo que os EUA são o segundo país a visitar este espaço, depois da nossa pátria (vá-se lá saber porquê!). A versão deste post em Inglês será aqui colocada posteriormente.