terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sierra da Gata - IX Raid Trilhos e Aventuras

A chuva caía copiosamente enquanto me deslocava até à aldeia raiana de Aranhas. Tal como aqui havia dito, desloquei-me até lá na passada sexta-feira. Sempre podia dormir mais umas horitas. Após ter chegado, ainda me mantive alguns minutos no carro à espera que a chuva abrandasse. Para molha já chegaria no dia que aí vinha.

Foi com esse pensamento que fui dormir, mas também certo que não seria esse pequeno pormenor que me estragaria o dia.

Entrei numa espécie de sono ou sonho que se prolongou noite fora…

O despertar, ou o que me pareceu na altura foi cedo; seria mesmo assim?

Na dúvida e entre a realidade e o sonho lá fui seguindo a rotina habitual nestes dias. E que bonito seria se estivesse sol lá fora. Mas como no meu sonho mando eu, o dia estava mesmo solarengo. Lindo…






Uma tia do meu pai que mora na casa em frente já se havia levantado e do alto dos seus 89 anos já havia acendido o lume, e preparava-me o pequeno-almoço. Apesar de me ter partido o coração, não pude sentar-me com ela e aproveitar o momento. Não podia deixar os cinco companheiros de aventura à espera, seria uma falta de respeito que eu não iria cometer. Acabei por prometer lá voltar um destes dias (e será breve) onde nos havíamos de sentar os dois à lareira e conversar durante um bom bocado a comer pão e queijo.



A viagem até à fronteira decorreu sem sobressaltos. A entrada em Espanha também. Não nos mandaram parar, afinal a cimeira da NATO era do lado de cá.


Após passagem em Valverde del Fresno seguimos até à pequena mas bonita localidade de Eljas. Eljas é a subir ou a descer. Pouco há de plano numa localidade que fica situada em plena Sierra da Gata, numa das suas pedregosas encostas.






O Início foi para baixo, e isso não é necessariamente bom, mas neste caso até foi. Os primeiros quilómetros foram feitos a rolar, como convém, mas rapidamente entrámos em bonitos carreiros e estradas rurais que nos levariam à povoação de San Martim de Trevejo. A partir daí, entrámos num sobe e desce constante através montes, vales, cancelas, riachos, rebanhos e cães, muitos cães com a particularidade de serem todos iguais, grandes e brancos com o focinho preto. Numa ocasião um desses referidos cães, tombou a cerca para vir atrás de nós e com ele as ovelhas. Desconfio que ainda hoje devem andar a junta-las. Encontrávamo-nos no Vale de Xálima.






Estávamos a caminho da conquista do castelo de Trevejo. Também esse para variar fica no cimo de um monte. O caminho que nos leva até lá é uma bonita calçada romana. Três quilómetros de subida naquele terreno. Mas a vista e a povoação que circundam o castelo, valem inteiramente a subida. Nem o vento cortante nos levou dali mais depressa. Depois de devidamente registado o momento iniciámos a descida para o vale que nos levaria depois (e a subir) até Villamiel onde parámos num pequeno café para comer umas tapas e umas canhas. Pois é, tinha que ser. Isto também é cultura. Ainda tivemos um episódio com um amigo que nos tirou três fotografias, conseguindo desfocá-las todas. Afinal o vinho em Espanha embebeda como o de cá.






Após alguma dificuldade para sair do emaranhado de ruas de Villamiel, iniciámos o regresso até Eljas. A parte mais bonita mas também mais dura esperava-nos.



Começamos com uma subidita para aquecer e em calçada para variar. A par comigo seguia o Tiago. Conseguimos fazer a subida quase toda sem trocar uma palavra, e não foi por antipatizarmos um com o outro.


Continuámos a subida onde passámos por diverso gado bovino entre o qual diversos touros em pontas. Felizmente o tamanho era proporcional à calma com que nos receberam. Chegados lá acima esperava-nos uma descida muito técnica com muita pedra que deu origem a algumas quedas, a minha incluída.


Já com Eljas à vista iniciámos a subida para Puerto de Santa Clara, no topo da serra. Esta sim, a subida em todos os aspectos. Dura, muito escorregadia mas com a paisagem mais espectacular que alguma vez vi nestes já alguns aninhos de btt. Um tapete de folhas dourado a cobrir (mais) uma calçada ladeada de milhares de árvores levou-nos até lá acima. Apesar da dureza, deve ter sido a subida que menos me custou fazer.









Lá no alto a vista soberba arrebatou-nos a todos. Um verde relvado acompanhou-nos durante as primeiras centenas de metros, mas o pior estava para vir. 7 quilómetros de descida feita em cima de pedra. Nunca tinha visto nada igual. Nem a Ruta das Sombras é tão complicada. Foi quase uma hora a descer para fazer esta distância. Pela primeira vez na vida, cheguei ao fim dum passeio com dores nos pulsos em vez de nas pernas.



Uma referência aos companheiros de viagem – excelentes. Boa disposição constante, sem stresses, sem confusão nenhuma. Nas palavras do António - Com malta assim, viver e conviver não é difícil, é viciante!!!


Um grande obrigado ao António alguém que muito estimo e admiro e o culpado por este dia magnífico.


Ao que parece este passeio faz parte de uma trilogia naquela zona. Eu estarei lá.










Diz o ditado que de Espanha nem bom vento, nem bom casamento, mas a semana que passou só nos trouxe coisas boas. 4 golinhos e uma exibição de encher o olho frente aos campeões do mundo e da Europa. Quanto a mim, aquelas paisagens e todos os locais por onde passei deixaram-me de alma cheia. Dificilmente esquecerei (e ainda bem) aquelas cores e aqueles cenários. A sensação magnífica que transmitem que não consegue ser inteiramente captada nas fotografias, apesar de termos tentado.






Ainda tenho todo o esqueleto a chocalhar; e que bem que isso sabe…

O relato do António

O relato do João Afonso

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

É já amanhã.

O António C. vai amanhã pedalar por Espanha no seu IX raid trilhos e aventuras. Como sou seguidor atento do seu espaço, aproveitei logo para me fazer convidado e acompanhá-lo nessa jornada.
O A. com a sua habitual simpatia aceitou a minha intromissão de bom grado.
Como se não bastasse só por si a qualidade das coisas que o A. faz para me motivar, há ainda uma motivação extra. Vamos andar pela Serra da Gata nas redondezas de Eljas e Valverde del Fresno (a localidade espanhola mais próxima da terra do meu pai).
É com saudade e alguma nostalgia que recordo o tempo em que ainda valia a pena ir a Espanha comprar quase tudo a metade do preço e em que o escudo era fortíssimo em relação à peseta. But, the damage is done e agora temos que levar com esta merda de governantes que mais não fazem do que sodomizar-nos constantemente. Ao menos eu tenho a minha consciência tranquila.
Adiante.
Recordo as muitas idas a Valverde del Fresno com os meus pais e sempre senti atracção pelo local, quer do lado de lá, quer do de cá da fronteira, muito antes ainda de andar de bike.
A expectativa de revisitar esses locais que fazem parte das minhas memórias de infância fez com que não pudesse recusar esta oportunidade. Tenho que lá voltar.
Vou no dia antes de forma a aproveitar a visita à parte paterna da família que habita na aldeia com o nome pouco comum de Aranhas, que pertence ao concelho de Penamacor.
Durante o dia e segundo o A. o início será na bonita Aldeia de Eljas, no Sopé da Serra, cruzando depois o bonito Vale de Xálima em direcção a San Martin de Trevejo. Uma povoação lindíssima e com muita história.
A subida ao Castelo de Trevejo é fenomenal e a visita ás suas ruinas e ao seu Mosteiro, é obrigatória.
Desce-se depois para Villamiel, onde tem início a magnífica subida à Sierra de Jálama, contornando o seu famoso pico, (fica para outra oportunidade) e, sempre em sentido ascendente, atinge-se o bonito Puerto de Santa Clara, por lindos e frondosos bosques, que nesta altura do ano, criam paisagens fantásticas, aliadas ás suas inúmeras cascatas e pitorescos regatos.
Seguem-se uns bons kms por single tracks adrenalínicos, (cerca de 13 kms) desde o Puerto de Santa Clara, sempre à meia encosta e pelas cumeadas, com uma espectacular vista sobre todo o vale e as suas aldeias acantonadas, até chegarmos de novo a Eljas.
Como já referi, a expectativa é grande, mas dificilmente sairá defraudada, uma vez que o A. só faz coisas boas.
Deixo aqui algumas fotos roubadas ao google earth de alguns locais por onde vamos andar.









Depois passo por aqui para contar como foi.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

I like it...

I have a ghost in my garage.



During the past summer I tried a road bike from a friend. It caught me.


I liked the position in the bike. I was afraid of didn’t like it, but surprisingly did. We are constantly in high speed.
I liked the look of the bike. I liked it’s aggressiveness. I liked the sensation of speed it transmits. I liked its stiffness.
I liked the little friction of the tires due to its minimum width and elegance.
I liked to go down fast. I also liked to climb ...
I liked the colours and the decoration of the frame.
I liked the stiffness of the wheels. As for the price, I could have liked more. But even if I liked it, I would never admit it.
I liked to take only half an hour from home to work.

 
I like the freedom it gives me.
I like to do longer distances in less time.
I like going out without a destination.
I like to ride fast, get up of the saddle and ride faster.
I like to play with “teco-Tecos” (no drivers licence required vehicles).
I like to weave through traffic without having to stand still.
I like the relatively low maintenance that requires.
I like to enjoy everything I said.


But what I really like is to ride my bike. Road or mountain. Alone or together.
I like long distances. But also like the short and intense ones.
I like challenges (though to some people may seem a little crazy and frankly to me too).
I like the plans for 2011 and I like all my friends who agreed to join me on this journey (by car or motorbike).


I wish I could do whatever I like.


I will enjoy especially if I can continue to do it, because it would be a good sign.


And in Rita’s words –I like it.