sábado, 28 de novembro de 2009

Assalto ao Caramulo - o Início

Às vezes as melhores ideias surgem de repente e quase do nada. Só por isso, pelo facto de surgirem, fazem com que a história se escreva de forma diferente. Obviamente a história não acontece sem intervenientes. É precisamente desses que reza a história que aqui se narra, todos aqueles que participaram e deram início ao Assalto ao Caramulo. A jornada foi épica, nem todos conseguiram levar por diante os seus intentos, muitos tombaram antes do fim, mas pelo menos ousaram fazê-lo. O que aqui fica, mais não é do que uma descrição dos factos, de como tudo aconteceu, ou pelo menos do que chegou até aos nossos dias.
Numa época em que o país e o mundo se encontravam mergulhados em trevas profundas -por culpa do governo- (expressão que na época era bastante trivial) meia dúzia de jovens (diz a lenda que descendentes remotos de cerebrus) estatuíram um assalto ao Caramulo. Não que esse assalto fosse mudar sobremaneira o estado das coisas, mas porque não tentá-lo?

O motivo original de tal demanda nunca ficou muito bem esclarecido, as versões existentes divergem nalguns pontos, mas ao que parece (e como é costumeiro) envolvia gajas.
Posto isto no provecto ano de 2008 e graças à internet (ferramenta deveras remota, que na altura servia a comunicação entre seres que se mantinham fisicamente distantes) aprazou-se o 1º dia de Dezembro, como o ideal para tal pleito. Elegeu-se tal data, ao que parece, por coincidir com o final da temporada da azeitona, e ainda deixar uma ou duas semanas para total dedicação às decorações natalícias.
O objectivo seria apanhar o Caramulo desprevenido, conquistando-o até ao topo. Os opugnadores atacá-lo-iam por todos os lados. Foram organizadas várias frentes, a de Vila Nova de Monsarros, Tondela, Mortágua, Canelas, Águeda e Anadia, e mais uns quantos que chegando de várias partes da nação se juntariam às diversas frentes conforme se lhes aprouvesse.
Depois de tudo plasmado, aguardava-se com alguma expectativa a chegada do dito dia. A jornada não antevia grandes dificuldades, até porque o Caramulo desacautelado, não ofereceria grandes dificuldades, ou pelo menos era isso que se esperava. Mas na guerra, nunca se pode tomar como certa a fraqueza do oponente.
Com a chegada do dia, as várias frentes organizadas iniciaram o assalto ao Caramulo, cada um pelo seu flanco. O objectivo final era o encontro das hostes em Olho-de-boi, dando depois origem a um desfile comum (onde a vitória seria devidamente comemorada) até à localidade de Malhapão de Cima, onde todos os intervenientes seriam apoteoticamente recebidos pelo Sr. Cardoso e a D. Adelaide no Penedo Serrano onde se daria início a um prândio de celebração.
Mas as coisas não correram exactamente assim. O Caramulo defendeu-se como pôde, e fê-lo de forma notável. Largou frio e neve de forma tão abundante, que dificultou deveras a progressão das hostes. Alguns temendo o que os esperava, nem chegaram a partir. Dos outros, só alguns conseguiram chegar a Malhapão, mas esses foram devidamente recompensados com o prometido banquete que os esperava, bem como por duas lareiras que ardiam copiosamente. Ainda os esperava o regresso em iguais condições, mas esse seria a descer e a aguardente e a jeropiga fornecidas pelo Sr. Cardoso muito contribuíram para ajudar a embalar monte abaixo.
A vitória ainda que não tenha sido total, soube muito bem. O assalto ao Caramulo com estas condições não se afigurou de facto tarefa fácil, mas talvez por isso mesmo tenha sabido tão bem e tenha permanecido na memória de todos os que nele participaram.

Este ano vamos lá outra vez, vamos esperar para ver o que nos aguarda…

O assalto ao Caramulo, por ser uma coisa nunca antes feita, tão diferente e tão original, merece de facto ser exortado e continuado ao longo dos anos. A todos cabe não deixar morrer esta iniciativa única.

Algumas fotos deste dia épico.









sexta-feira, 6 de novembro de 2009

De volta…

Pois é, desde Abril que não fazia desporto nenhum.

Desde os 5 empenos que parei completamente, não por vontade própria mas por incapacidade própria.

Logo que me deixaram tratei de matar o bicho, mas depressa percebi, que mais depressa morria eu. Na primeira volta que dei após meia dúzia de quilómetros as pernas deixaram de obedecer, provavelmente por falta de oxigénio uma vez que já me havia saltado um pulmão logo nos metros iniciais de subida. O resto do caminho lá o fui fazendo em ritmo fraquinho, fraquinho até casa. Uma espécie de arrasto penoso. Correndo o risco de me saltar o outro pulmão lá adoptava um ritmo mais vivo quando passava por alguém. Homem que é homem nunca dá parte fraca (pelo menos com outros a ver).

Depois da desgraça ocorrida durante a semana foi com alguma relutância que combinei com o Moedas uma voltinha para a manhã de Domingo. Fiquei mais descansado quando ele disse que o Xana também ia. O Xana, havia tanto para dizer sobre o Xana. Utilizando a ideia da ZON (ó senhores, olha aí o patrocínio fachavor) digamos assim – podíamos andar de bike sem o Xana? Podíamos, mas não era a mesma coisa.




Lá saímos então no Domingo. O Xana foi logo avisando que na noite anterior tinha estado de volta de umas castanhas que não lhe tinham caído muito bem. Ao que parece não foi o vinho novo que o estragou. Diz ele…
É com orgulho que afirmo que até ao primeiro reforço andei sempre com os da frente, nunca os larguei e cheguei mesmo a liderar o pelotão. Afinal após tanto tempo parado ainda estou em grande forma.

Percorridos então os puxados 500 metros iniciais parámos para o anteriormente referido primeiro reforço. Vinho do Porto com merenda doce na casa da avó do Moedas que comemorava mais um aniversário. Como comemoração é o nome do meio do Xana, foi o primeiro a dar o exemplo e a despachar a parte que lhe calhou.

A partir daí, tudo foi diferente. Os restantes quilómetros passou-os num misto de divagações filosóficas e na procura de cogumelos (conhecidos entre nós por gasalhos).
Lá fomos seguindo no sobe e desce habitual. Nesta altura e na impossibilidade de seguir no pelotão da frente (também já lá tinha andado) juntei-me ao Xana onde ainda tive tempo de aprender alguns ensinamentos que considero muito úteis e que me acompanharão com a vida.



Ainda parámos no Mourisco onde o Xana lançou mais uma pérola que não resisto a partilhar –se alguma vez estiverem para se atirar de uma ponte lembrem-se que vos ofereceram um par de cornos e não de asas. Ensinamentos destes salvam vidas.
E foi assim que chegámos ao fim da volta às voltas. Apesar de tudo senti-me muito feliz por ter voltado a pedalar e a poder andar por aí. Espero voltar à forma antiga e completar alguns projectos que ficaram pendentes.
Fá-los-ei mais cedo ou mais tarde, sozinho ou acompanhado.

Fica o desafio para os que me quiserem acompanhar.

Irei deixando por aqui novidades.