sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Travessia dos Candeeiros

O dia começou bem cedo. A saída de Aveiro estava prevista para as 6.30. acabou por ser quase uma hora depois. O Ernesto, o Brandão e eu ainda passámos por Águeda buscar o Ricardo. Éramos quatro, os que nos propúnhamos atravessar a serra dos Candeeiros, na companhia de mais uns quantos que nos aguardavam em Leiria.
A organização da travessia coube ao SCL Marrazes, mais propriamente ao Alex e ao Bruno (que me acompanharam no 2º capítulo) e consistia na saída de Marrazes (Leiria) seguindo em direcção às salinas de Rio Maior. O regresso, esse seria feito de carro.
Depois dos preparativos iniciais e do levantamento dos frontais preparamo-nos para o início e tirámos a tradicional foto. Éramos 26.





Começámos a subir em direcção ao Castelo. O track do percurso foi disponibilizado a quem quis, apesar de todos terem optado por seguir juntos, nem outra coisa faria sentido, uma vez que se tratava de um passeio.
O percurso era uma incógnita. O início foi feito através de estradões com bom piso, mas rapidamente entrámos num espectacular carreiro muito técnico e com muita pedra (o que iria ser a nota dominante).
Continuámos mais uns quilómetros antes de entrarmos na serra. A parte mais dura mas também a mais bonita ainda estavam para vir.





Mais à frente, entrámos na antiga linha do comboio, um caminho onde a pedra reinava e a progressão apesar de não ser muito lenta era feita com algum custo. Um pouco antes de deixarmos a dita linha, fizemos o primeiro reforço líquido. De seguida, seria sempre a subir até ao moinho (em ruinas) que nos aguardava no topo. A partir daí a pedra não mais nos deixou durante muitos quilómetros, mas à medida que o piso piorava, o que se alcançava com os olhos melhorava e muito. Estávamos em plena serra dos Candeeiros onde a natureza ainda é quase virgem. A paisagem envolvente não deixa ninguém indiferente.




Mais uns quilómetros para cima e chegamos às antenas. Aí reagrupámos e continuámos até ao arco da memória. O terreno aqui, fez-me lembrar o Sicó, com partes de muita pedra e com carreiros divertidos mas muito técnicos onde é necessário muita atenção. A próxima paragem foi no Arco da Memória, onde aproveitámos para reagrupar. Daí até casal de Vale de Ventos foi um saltinho. Mais uma paragem no bonito café local para comer qualquer coisa e para apreciar os locais que iam apreçando as máquinas em exposição na entrada.
Seguiu-se então em direcção ao final, mas antes pudemos ainda atravessar longitudinalmente grande parte da serra tendo por companhia um vento frio e as ventoinhas do parque eólico que andavam bem mais depressa do que nós. Este final em estradão serviu para relaxar as pernas e as costas, principalmente para os que como eu têm uma rígida.





Nas salinas o transporte de regresso esperava por nós, bem como uns bolos que souberam pela vida. Foram quase 80 quilómetros onde o acumulado de 1800 metros não espelha a dureza do percurso, onde nos fartámos de apanhar porrada.
Já em Leiria fomos a banhos e ao jantar. O dia terminou com o regresso a Aveiro.
Um grande obrigado aos amigos Alex, Bruno (amigos já de longa data) e a todos os Marrazes pelo convite e pela organização desta travessia onde houve de tudo; boa disposição, bons trilhos, paisagens de encher o olho e até um frontal personalizado. Tudo isto por apenas um muito obrigado e uma promessa de voltar para a próxima. Penso que foi este o sentimento de todos os que participaram nesta travessia. Voltaremos certamente.